domingo, 25 de julho de 2010

Românticos: Espécie em extinção?

Ali está ele, frente à porta tão almejada. Ele a fita, criando coragem, suas mãos tremem levemente; em seu rosto sereno, algumas gotas de suor traem-lhe a calma. Re-memoriza tudo o que dirá, encara as flores que trazia consigo, dá um longo suspiro e aperta a campainha.
Uma linda moça surge diante de seus olhos,e ao vê-la, seu coração dispara de alegria. Porém o sentimento não é compartilhado por ela, que bate a porta ante a menor reação do rapaz. Ele senta na calçada em frente a casa e chora descontrolavelmente.
Essa cena poderia acontecer em qualquer época da humanidade, porém ela apresenta a essência de uma em especial: o Romantismo, que se estende do final do séc. XVIII a meados do séc. XIX. Mas sua “alma” perdura até hoje, fazendo confusão em nossas mentes. Afinal, de onde vem a palavra “romance” mesmo?
Esse termo já era usado antes do período propriamente dito do romantismo, e era designado à obras que se inspirassem da tradição medieval, geralmente heróicas (romances de cavalaria) ou histórias de amores impossíveis, que é muito bem retratado no filme Tristão e Isolda, pois o casal está apaixonado, mas o “destino” os separa quando Tristão oferece a mão da sua amada para o seu rei, sem saber que era a tal. Na França, eram conhecidos como romans, o que explica a etimologia da palavra romance. Foi posteriormente adotado pelos românticos alemães, pelo fato dessas obras assemelharem-se aos seus pensamentos fantasiosos e imaginativos.
A principal diferença entre o Romantismo enquanto escola literária e o Romantismo atemporal reside no fato que o primeiro não prende-se somente aos aspectos amorosos, mas liga-se com as questões político-sociais. Assim, foi categorizado em três gerações: Nacionalista (foco político), Ultra-romântico (pessimismo) e Condoreirismo (foco social).
Houve diversos fatores que influenciaram no movimento romântico, visto que o mundo, em especial a Europa, passava por rápidas e profundas transformações. Por exemplo, a Revolução Francesa, símbolo do Modernismo, onde surgem ideais como Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que clamava pelo individualismo, pela liberdade de triunfar no trabalho e acumular riquezas; mas apesar de tantas mudanças teóricas, muita coisa permanecia igual. Os ideais não foram consumados, e a população é tomada de um sentimento de desilusão depois de tantas lutas.
A Revolução Industrial também merece destaque, visto que com tantas máquinas substituindo o trabalho humano, aumentava o número de pessoas sem emprego e que passavam necessidades. Mas talvez os acontecimentos que mais mobilizaram o movimento romântico fora as invasões napoleônicas. Os Estados estavam se reunindo em Nações, e a presença de Napoleão, antes tido como herói, representava ameaça.
O romantismo também foi diversificando-se de acordo com o território. Na Inglaterra, não houve uma ruptura entre Classicismo e Romantismo, e sim um “desenvolvimento natural por conta da precocidade burguesa” segundo Adilson Citelli. Ele também afirma que na França, o cenário difere-se por conta da polaridade social (clero e nobreza x população), e que na Alemanha foi uma mudança radical para proteger o território das invasões napoleônicas.
O mundo romântico tem algumas características referentes à sua literaratura. Segundo o professor Edgar Roberto Kirchof, são elas:
• Individualismo e subjetivismo – o autor não se preocupa com o realismo, coloca apenas seu estado de espírito
• Ilogismo – Subjetivismo exagerado, excesso de imaginação
• Senso do mistério – temas implícitos, faz o observador pensar
• Escapismo – Fuga do mundo real para um mundo de sonhos e imaginação
• Reformismo – Contrários aos escapistas, propunham reformas para mudar o mundo
• Fé – razão em segundo plano
• Culto da natureza – ambiente livre dos males humanos
• Regresso ao passado – o presente é decadente, o passado, glorioso
• Pitoresco – exótico
• Exagero – tudo de ruim e bom é exacerbado
Em suma, o termo romantismo é empregado hoje em dia mais por sua essência, e as pessoas esquecem-se do romantismo enquanto escola literária. Esse movimento foi importante, pois presenciaram as maiores revoluções, nas quais causaram profundo impacto no modo de vida da população.


by Caroline Alves e Évelyn Figueiredo – 2 “A”.

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