domingo, 25 de julho de 2010

Sermão do mandato

Estes são os poderes do tempo sobre o amor. Mas sobre qual amor? Sobre o amor humano, que é fraco; sobre o amor humano, que é inconstante; sobre o amor humano, que não se governa por razão, senão por apetite; sobre o amor humano, que, ainda quando parece mais fino, é grosseiro e imperfeito. O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo, bem poderá ser que fosse doença, mas não é amor. O amor perfeito, e que só merece o nome de amor, vive imortal sobre a esfera da mudança, e não chegam lá as jurisdições do tempo. Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam (...)diz Agostinho — que o amor que é verdadeiro tem obrigação de ser eterno, porque, se em algum tempo deixou de ser, nunca foi amor. Notável dizer! Em todas as outras coisas o deixar de ser é sinal de que já foram; no amor o deixar de ser é sinal de nunca ter sido. Deixou de ser? Pois nunca foi. Deixastes de amar? Pois nunca amastes. O amor que não é de todo o tempo, e de todos os tempos, não é amor, nem foi, porque se chegou a ter fim, nunca teve princípio. É como a eternidade, que se, por impossível, tivera fim, não teria sido eternidade.

Trecho do Sermão do Mandato - Padre Antônio Vieira

Românticos: Espécie em extinção?

Ali está ele, frente à porta tão almejada. Ele a fita, criando coragem, suas mãos tremem levemente; em seu rosto sereno, algumas gotas de suor traem-lhe a calma. Re-memoriza tudo o que dirá, encara as flores que trazia consigo, dá um longo suspiro e aperta a campainha.
Uma linda moça surge diante de seus olhos,e ao vê-la, seu coração dispara de alegria. Porém o sentimento não é compartilhado por ela, que bate a porta ante a menor reação do rapaz. Ele senta na calçada em frente a casa e chora descontrolavelmente.
Essa cena poderia acontecer em qualquer época da humanidade, porém ela apresenta a essência de uma em especial: o Romantismo, que se estende do final do séc. XVIII a meados do séc. XIX. Mas sua “alma” perdura até hoje, fazendo confusão em nossas mentes. Afinal, de onde vem a palavra “romance” mesmo?
Esse termo já era usado antes do período propriamente dito do romantismo, e era designado à obras que se inspirassem da tradição medieval, geralmente heróicas (romances de cavalaria) ou histórias de amores impossíveis, que é muito bem retratado no filme Tristão e Isolda, pois o casal está apaixonado, mas o “destino” os separa quando Tristão oferece a mão da sua amada para o seu rei, sem saber que era a tal. Na França, eram conhecidos como romans, o que explica a etimologia da palavra romance. Foi posteriormente adotado pelos românticos alemães, pelo fato dessas obras assemelharem-se aos seus pensamentos fantasiosos e imaginativos.
A principal diferença entre o Romantismo enquanto escola literária e o Romantismo atemporal reside no fato que o primeiro não prende-se somente aos aspectos amorosos, mas liga-se com as questões político-sociais. Assim, foi categorizado em três gerações: Nacionalista (foco político), Ultra-romântico (pessimismo) e Condoreirismo (foco social).
Houve diversos fatores que influenciaram no movimento romântico, visto que o mundo, em especial a Europa, passava por rápidas e profundas transformações. Por exemplo, a Revolução Francesa, símbolo do Modernismo, onde surgem ideais como Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que clamava pelo individualismo, pela liberdade de triunfar no trabalho e acumular riquezas; mas apesar de tantas mudanças teóricas, muita coisa permanecia igual. Os ideais não foram consumados, e a população é tomada de um sentimento de desilusão depois de tantas lutas.
A Revolução Industrial também merece destaque, visto que com tantas máquinas substituindo o trabalho humano, aumentava o número de pessoas sem emprego e que passavam necessidades. Mas talvez os acontecimentos que mais mobilizaram o movimento romântico fora as invasões napoleônicas. Os Estados estavam se reunindo em Nações, e a presença de Napoleão, antes tido como herói, representava ameaça.
O romantismo também foi diversificando-se de acordo com o território. Na Inglaterra, não houve uma ruptura entre Classicismo e Romantismo, e sim um “desenvolvimento natural por conta da precocidade burguesa” segundo Adilson Citelli. Ele também afirma que na França, o cenário difere-se por conta da polaridade social (clero e nobreza x população), e que na Alemanha foi uma mudança radical para proteger o território das invasões napoleônicas.
O mundo romântico tem algumas características referentes à sua literaratura. Segundo o professor Edgar Roberto Kirchof, são elas:
• Individualismo e subjetivismo – o autor não se preocupa com o realismo, coloca apenas seu estado de espírito
• Ilogismo – Subjetivismo exagerado, excesso de imaginação
• Senso do mistério – temas implícitos, faz o observador pensar
• Escapismo – Fuga do mundo real para um mundo de sonhos e imaginação
• Reformismo – Contrários aos escapistas, propunham reformas para mudar o mundo
• Fé – razão em segundo plano
• Culto da natureza – ambiente livre dos males humanos
• Regresso ao passado – o presente é decadente, o passado, glorioso
• Pitoresco – exótico
• Exagero – tudo de ruim e bom é exacerbado
Em suma, o termo romantismo é empregado hoje em dia mais por sua essência, e as pessoas esquecem-se do romantismo enquanto escola literária. Esse movimento foi importante, pois presenciaram as maiores revoluções, nas quais causaram profundo impacto no modo de vida da população.


by Caroline Alves e Évelyn Figueiredo – 2 “A”.

A hisória da riqueza do homem

O por que da desigualdade em diferentes áreas do planeta? E como podemos melhorar esse cenário de grande desigualdade e injustiça, até onde a ganância do homem irá? Como evitaremos a acumulação de capital em um único “lado”? Será que pelo socialismo?
Desde a Idade Média existiam desigualdades, com as relações de vassalagem e suserania. O suserano dava uma porção de terra ao vassalo, e o mesmo oferecia trabalho e fidelidade, em troca de proteção e de “trabalho”. A economia baseava-se na agricultura, quem tinha maior feudo (terra) tinha mais poder. Ou seja, o mais rico era o mais poderoso.
A sociedade era bem hierarquizada. Constituída pela nobreza (senhores feudais, cavaleiros, duques, condes...), pessoas detentoras de grande quantidade de terras. Pelo clero (membros da Igreja Católica), que eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade, e isenta de pagamento de impostos. E finalmente, a última camada da sociedade, que eram os camponeses, eles trabalhavam para produzir alimentos para a família e para os senhores feudais, e tinham que pagar tributos a eles. “O servo trabalhava a terra e o senhor manejava o servo” essa é a relação principal do feudalismo.
E a Igreja tinha todo o poder, manipulava tudo e todos, e a educação era eclesiástica. Sem falar que havia a Inquisição, onde todos considerados hereges eram jogados na fogueira. Ela intervinha na economia, pois tinha grande quantidade de terras, e servos trabalhando nelas. E na política, pois quem fosse excomungado pela Igreja perdia todos seus direitos civis e políticos. Quem não fosse batizado, não era considerado cidadão.
Ela era detentora da maior parte das terras, visto que os reis doavam parte das terras que foram obtidas numa batalha, que muitas pessoas ajudarem por ela ser responsável pela ajuda aos pobres, e outras que compravam o seu “pedaço no céu”. Devido a isso, a Igreja católica é atualmente a mais rica, e tem maior número de adeptos pela imposição dessa crença em várias partes do mundo. E ainda hoje existe a doação para uma “recompensa” na outra vida, como o dízimo (10% do salário do fiel). A igreja estimula essa ajuda tendo em vista como a preservação da casa de Deus, sendo, portanto não uma esmola, e nem o resto que sobra dos cristãos, mas sim uma retribuição do amor de Deus para com eles, porque afinal, se eles têm algo, é pela divina graça.
Nesse período o capital não circulava, era estagnado, as riquezas e bens eram acumulados e não tinha como circular, pois tudo o que se era preciso era produzido no feudo, à sociedade era auto-suficiente. É claro que havia trocas de produtos, mas como não havia muita procura de determinada mercadoria, não havia produção excessiva dela. Isso é a lei da oferta e da procura (Adam Smith), Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo. Logo, se não há procura, não existe oferta. Atualmente a procura é muito grande, o capitalismo é movido por isso, existem tantas indústrias e empresas por isso, gerando a circulação do capital. E as relações comerciais entre Oriente e Ocidente estão cada vez mais fortes. (O que não ocorria no feudalismo).
Outro problema para a circulação de riquezas (comércio) era porque as moedas mudavam conforme o lugar, e o transporte para a troca de mercadorias, era muito caro e dificultoso. Tudo começa a mudar com o surgimento das Cruzadas, na qual a Igreja Católica lutava por maior dominação, queriam possuir mais terras, e usavam como “desculpa” a disseminação do evangelho, foi basicamente um imperialismo religioso, e os guerreiros tiveram incentivos, pois eles queriam uma oportunidade de “crescer” na vida, já que eram a parte mais pobre da população, e no sistema feudal não havia possibilidade disso ocorrer. Eles preferiram correr o risco de perder a sua vida para ter sua própria terra, sem ter o perigo de ser confiscada pelos reis/duques. Eles estavam cansados de serem submissos e viver na “mesmice”, e viram como o comércio é bom, descobriram outros produtos, e ficaram encantados com tamanha riqueza e diversidade. Os nobres e cavaleiros também gostaram da idéia de saquear os territórios conquistados. Ou seja, houve um paradigma, eles saíram de um mundo fechado e puderam ter a visão mais ampla de outros lugares, e estilo de vida, bem melhor que os de antes. Do ponto de vista religioso as cruzadas não tiveram muito sucesso, já que os muçulmanos conseguiram recuperar a terra santa.
Surgiu no XII ao XV grandes feiras, nas quais todos os grandes mercadores de cada região se encontravam para comprar e vender mercadorias, em grande número, distinguindo-se assim dos mercados, pois eles eram locais, cada pequeno mercador fazia intercambio de mercadorias com outros. É como se as feiras fossem grandes empresas, e os mercados as barraquinhas, ou quitandas perto da sua casa. O lugar para a realização dessas feiras era definido pelo senhor da província, que eram interessados, pois gerava lucro para eles, devido à taxa para a armação das barracas, para o armazenamento e venda de mercadorias. E em troca disso, o senhor lhes dava a proteção, pois havia muitos ladrões.
Á medida que o comércio continuava a se expandir, surgiam cidades nos locais em que duas estradas se encontravam. A cidade se converteu num lugar ideal para desenvolver trabalhos manuais e comercializar os produtos fabricados. Nas cidades, a população encontrava proteção contra os abusos do senhor feudal, além de uma diversidade de serviços concentrados num só local.
Com o aumento da população, ampliaram-se as muralhas das cidades antigas; novas cidades também foram criadas. As ruas estreitas e as casas muito juntas e apertadas davam abrigo a uma população numerosa. A população passou a desejar liberdade com a desestruturação progressiva do feudalismo, queriam ter suas próprias leis, e unificar os feudos, formando um único conjunto, com os mesmos ideais, em busca da paz como um todo. É claro que os senhores feudais e os membros da Igreja não gostaram nem um pouco dessa situação, porém eles não tinham como impedir essa mudança, era inevitável. Então eles “entraram em acordo” com as associações dos mercadores, esses passaram a ter o monopólio do comércio, e começaram a administrar a economia, com o controle da entrada e saída de mercadorias, diminuindo a concorrência. Em suma, as cidades voltaram a ser o motor do desenvolvimento europeu, depois de vários séculos de supremacia do mundo rural.
Um fato interessante é que a Igreja na Idade Média condenava a cobrança de juros devido a empréstimos, o verdadeiro cristão deveria ajudar o outro sem desejar maior recompensa. E quem o fizesse seria excomungado da igreja por ter atitudes pagãs, porém a própria Igreja não seguia este princípio. Esse sistema não perdurou por muito tempo, graças a isso temos os grandes empresários e comerciantes que comprar pelo menor preço, e vendem pelo maior, buscando adquirir cada vez mais lucros.
Os senhores feudais começaram a depender do trabalho árduo dos camponeses para maior produção de mercadorias, e conseqüentemente maior venda, ambos ganhavam com isso. Devido a essa mudança, já que antes os camponeses não tinham incentivos para maior produção, os senhores feudais tiveram que ter cuidado com a forma de tratamento para com eles, pois eles poderiam fugir, deixando-os “na mão”. Com a Peste Negra, milhares de pessoas morreram e essa situação se complicou ainda mais. A ascensão da classe média é muito importante nesse período, houve luta de classes - pobre contra rico, em busca da liberdade, os camponeses, por exemplo, invadiram a propriedade da Igreja, lançavam pedras nas janelas, e depredavam.
Com o desejo de contínua expansão do comércio, houve várias guerras com o propósito de um território dominar outro e se apropriar das suas riquezas. Como existe também atualmente, em que a guerra com questões históricas e ideológicas funcionam apenas como pretexto para os constantes ataques, tendo em vista a riqueza do outro país, é na verdade uma guerra econômica, e o capital é só e somente só o responsável por tantas brutalidades.
Com o intuito de se obter mais dinheiro, houve o fechamento das terras e a elevação dos arrendamentos (locação da terra de um proprietário com o seu pagamento). Isso provocou muito sofrimento para os desprovidos de terra, porém ajudou no desenvolvimento capitalista, pois havia maior quantidade de mão-de-obra barata, pois eles não tinham opção de escolha, tendo esse trabalho como fonte de sobrevivência. Isso explica o movimento dos trabalhadores sem-terras, no qual os integrantes desejam uma reforma agrária (reorganização do espaço rural), acabando com os latifúndios e distribuindo um pouco de terra para cada um, como no feudalismo.
Desde o feudalismo houve divisão do trabalho, quando era constituída por clero, nobreza, camponeses e servos, cada um tinha uma função, como o desenvolvimento da indústria e do comércio as divisões do trabalho se intensificaram ainda mais, tendo muitas especialidades em uma determinada área de trabalho. Posteriormente, com a máxima utilização de máquinas, a divisão de trabalho deixa de existir praticamente no meio industrial.
Atualmente há uma grande desigualdade no mundo todo, pois os mais ricos foram os que se apropriaram do que é dos outros, por meio do militarismo. Como podemos melhorá-la? Vamos dá um fim no capitalismo, e implantar o socialismo? Essa pode ser uma possibilidade, mas receio que nunca haverá realmente socialismo, a maioria das pessoas podem ter um mesmo patamar, mas sempre haverá representantes que vivem noutra realidade.
Em síntese, a sociedade ocidental estava em um mundo fechado, sem possibilidades de progresso: feudalismo, e foi para um mundo com liberdade de ascensão social, já que antes a pessoa iria morrer sendo da mesma camada. Com a expansão comercial a riqueza deixou de ser acumulada e passou a circular, o capital começou a ser produtivo. E é isso que move as grandes corporações, a mídia e a nós mesmos. Vivemos em um mundo louco, onde crianças são exploradas, pessoas são submetidas à constante pressão, “quem corrigir o maior número de provas receberá um prêmio”, “o melhor funcionário do mês receberá remuneração”, tudo isso para gerar e obter capital. Ele é o sentido da vida, mas até onde chegaremos com essa ganância? Essa é uma pergunta muito pertinente, e que não consigo explicar.

by Caroline Alves de Barros

Literatura é poder

A literatura é indispensável na vida de um cidadão, ela é além de tudo um direito. Segundo a lei Nº 1899, implantada por Luiz Inácio Lula da Silva, na qual foi instituído o Dia Nacional da Leitura e da Literatura. As pessoas necessitam da literatura para fugir da realidade existente, para abstrair, viajando nas letras impressas, deformando e modelando as personalidades, tornando seres humanos mais completos.
A leitura literária é mágica, leva a fruir nossa subjetividade, a ter uma visão crítica e uma imaginação inesgotável. Esses livros são relíquias para o futuro, pois é através deles que a população em sua maioria (o que não ocorre atualmente), irá se sensibilizar, aprendendo a ter aspectos críticos quanto à sociedade, tentando transformar o governo, o sistema, o mundo.
Deve-se ler muitos livros literários, porque é comprovado que eles são fundamentais na bagagem dos pré-vestibulandos. Eles dão abrangência quanto ao vocabulário e técnicas da escrita. Além de proporcionarem expansão do conhecimento, apresentando características sociais, econômicas, políticas das épocas de cada escola literária.
Então.. Por que não ler esses clássicos? Para os jovens, é mais estimulante ler Crepúsculo que têm um enredo emocionante, com situações perigosas e como tema central o amor impossível. Porém, ele não requer de um exaustivo esforço pelo pensar, devido às formas elaboradas de escrita, com um continuo jogo de palavras e idéias, que são imprescindíveis nos textos literários.
A literatura tem que ser valorizada! Ela tem muitos pontos positivos, e que leva a crescer. Essa leitura deve ser intensa e disseminada para todos, sendo indispensáveis nas escolas sua leitura e análise. Ela tem início, meio e nunca terá fim.

by Kah Alves